Entre os fios de eletri/cidade
A palmeira aponta o caminho inverso.
Ontem, por telefone, retomei o contato com um grande amigo.
Ele me disse que está praticando muita meditação, especialmente a chamada "sorriso interior", disse que tem feito muita diferença no dia-a-dia. Fiquei curiosa e busquei no google :)
Caso alguém se interesse, achei a descrição do exercício: http://www.espacointegral.com/portal/index.php?id=1492&layout=detail
Acho que vou começar com isso também, pois não é de hoje, venho me sentindo meio deprê...
Bom, mas lá estava eu, ao volante, na Dutra, indo para o Rio de Janeiro uma vez mais ( depois de um último intervalo de 5 meses). Sempre achei a paisagem dessa viagem bonita em quase todo o trajeto, mas, dessa vez, fiquei chocada com a feiúra de tudo. Sei que estamos no inverno e que, por aqui, isso corresponde a uma época em que quase não chove, e que tudo fica mesmo mais seco, mas não era só isso.
Muito cimento, muito desmatamento... Montanhas e montanhas com a vegetação queimada, fumaças marrons, brancas, cinzas... dos dois lados... As industrias estão aumentando e, com elas, todos os recursos e belezas naturais estão se acabando. Tanto tem se falado em sustentabilidade, em se respeitar o verde... Mas que nada, na prática o inverso é que continua acontecendo, e está bem aqui, nas nossas fuças. Muita gente queimando lixo na beira da estrada, outras provocando pequenos incêndios jogando seus cigarros ainda acesos pela janela do carro. Isso! Aumentem ainda mais o aquecimento global, e tornem o ar seco mais irrespirável ainda. Dá vergonha de ser gente!
Pra completar, nas praias que fui também notei que o lixo é jogado em qualquer canto, seja areia, água ou restinga, e que as pessoas, continuam cada vez mais consumistas, tornando-se feias e vazias, pois a conexão com a natureza é renegada a cada instante. Queremos da natureza tudo o que ela tem de melhor, mas damos em troca tudo o que temos de pior. É triste... Muito triste.
Também vi coisas bonitas, principalmente nas crianças quando em contato com a natureza, ou com o pouco que resta dela, acho até que fotografei, nem me lembro, vou baixar as fotos ainda.
Temos que resgatar o pouco que sobra da natureza e o pouco que nos resta de pureza. Só não sei se isso ainda é possível.
Acho que vivemos dentro de uma torre de Babel...
Pelo amor
Apaixonei-me pelo amor
que era tão pouco e se quebrou
igual aquele anel de vidro
tiro de dardo
por profissão, a vida segue
ofício, ritual e febre,
escrevo sempre
Tempo, espaço
A chuva é uma insistência
Escrevo apenas isto,
Já é a Inspiração...
Se o corpo dói eu brigo
comigo e busco a Gaia Ciência,
nas asas da canção
Do nosso Cancioneiro
vêem as vozes melódicas
com algo de batuque
e aliteração
uma borboleta
ou anjo
beija-me as pálpebras
da alma que tenta ver
para além dos
calvários
Limpo
Vou me cobrir de lírios d’água
Com água banhante e limpante
com água
Limpo as pedras do fundo
resíduos que lanço fora
Exércitos de glóbulos brancos
lutam
e
vencem
escrevo, logo existo
escre/ver é respirar
ar
Já
já tranquei a porta
já rezei a rosa
já separei os documentos para o hospital
dei umas coisas
e esvaziei aquela gaveta antiga
Só não consigo parar de escrever e, portanto,
estou viva!