sexta-feira, 23 de março de 2007

Artesanato com feltro, sarau com poesia e... Chorinho!

Inspirada por uns blogs de artesanato, que usam muito feltro, comprei um monte de feltro colorido para começar a fazer bijus, bichinhos, bonecas... Ainda estou só com o dedinho do pé nessa nova empreitada e já saiu um colar e um par de brincos, que usei no sarau maravilhoso que fui ontem, aqui mesmo em Tremembé, na Chácara Mogaperama. Declamei quatro poesias de Lucia Ribeiro da Silva que fizeram muito sucesso; Deixo uma aqui, do livro Os Outros - de 1963 - mas com uma força resistente ao tempo, continua pulsante.

Foi a poesia com que apresentei a minha avó na noite de ontem. Àquela de quem já datilografei milhares de poesias - o que já foi ótimo na minha fase de adolescência. Ô saudade dessa Mulher!
Na seqüência coloco os demais da noite.
Respirem fundo, e, boa leitura:




Invocação

Quero um ritmo dissoluto
como já foi o teu, Manuel Bandeira,
e um conteúdo
feito de coisas quebradas e sujas.
Não, de quebradas não, mas quebradiças
e à mercê da agressão de um simples gesto.
Queria ser soldado... já não quero,

ser livre... já não posso,
ser pobre... não consigo.
De resto, tudo é fuga, não quero estar comigo
mas amo a noite,
o estrépito, as boiadas
que estouram em ampla fúria,
o vento, o vento rude nas latadas,
ciclones comunais, e o povo... nas casas fechado.
Mas não eu, que vou poeta
levar aos centros ciclonais meus versos,
pelo gosto de ver tanto lirismo preso,
assim! Despedaçado

Pelo amor

Apaixonei-me pelo amor

que era tão pouco e se quebrou

igual aquele anel de vidro

tiro de dardo

por profissão, a vida segue

ofício, ritual e febre,

escrevo sempre



Tempo, espaço


A chuva é uma insistência
Escrevo apenas isto,
Já é a Inspiração...


Se o corpo dói eu brigo
comigo e busco a Gaia Ciência,
nas asas da canção


Do nosso Cancioneiro
vêem as vozes melódicas
com algo de batuque
e aliteração


uma borboleta
ou anjo
beija-me as pálpebras
da alma que tenta ver
para além dos

calvários


Limpo

Vou me cobrir de lírios d’água

Com água banhante e limpante

com água

Limpo as pedras do fundo

resíduos que lanço fora

Exércitos de glóbulos brancos

lutam

e

vencem

escrevo, logo existo

escre/ver é respirar

ar



já tranquei a porta

já rezei a rosa

já separei os documentos para o hospital

dei umas coisas

e esvaziei aquela gaveta antiga

Só não consigo parar de escrever e, portanto,

estou viva!

segunda-feira, 19 de março de 2007

YouTube - La Capoeira - 1963

Novamente estou eu às volta com a Capoeira Angola e ela às voltas comigo... Que bom!
Uma vez por semana (às Terças) irei desde já até São José dos Campos treinar no palco do Cine-Santana (Capoeira & Cinema, vejam que combinação perfeita, parece sob encomenda!), melhor ainda, o mestre chama-se Saci - não é perfeito? Será só 1:30 de treino por semana, mas já é melhor que nada. Meio longe também para ir sempre - 1 hora dirigindo. Aproveito e pouso na casa do meu amor, fico lá até quarta de manhã. Um tempinho de qualidade pra mim também, afinal! Na terça passada comecei, me senti bem demais, apesar das dores nas pernas permanecerem por 3 dias depois... Faz parte, afinal. As meninas ficam sem problemas com a Cleusa ou a vovó (gracias a Dios, por las mujeres!!!). Por conta dessa nova fase estou dando uma pesquisada nos filminhos existentes com este assunto no www.youtube.com E estou encontrando muita coisa rara. Gostaria de obter a tradução deste "achado", um documentário curtinho produzido pela TV francesa sobre a capoeira, do francês para o português... Se alguém aí tiver esse "dom", "sivuplê", Rsrsrs!
PS: A foto é na Ilha de Maré - Bahia! "Maré, Maré... Já fui na Ilha de Maré"!
YouTube - La Capoeira - 1963

sexta-feira, 9 de março de 2007

Uma homenagem pelo dia da Mulher

*PAGU
*( http://www.pagu.com.br )

http://www.ritalee.com.br/novo_cd_2004/ouvir_musicas.asp?musica=09.asf

(Rita Lee / Zélia Duncan)

Mexo remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra
Deus da asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta

*Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito "home"

Sou a rainha do meu tanque
Sou pagú indignada no palanque
Fama de porralouca, tudo bem
Minha mãe é maria ninguém
Não sou atriz / modelo / dançarina
Meu buraco é mais em cima
*Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito "home".


terça-feira, 6 de março de 2007

No carnaval

Sábado de carnaval, em Santa Branca, esse casal de palhaços distribuiu, flores, sonhos e beijos para todos que destes precisavam e aceitavam. Valeu a acolhida, Tati! Adoramos!