sexta-feira, 13 de julho de 2007

Pela Estrada a Fora

No final de semana passada, saí cedo de casa com as meninas e fomos pela Dutra em direção ao Rio de Janeiro.

Geralmente quando estou dirigindo, ou melhor, quando saio de viagem, meu pensamento também toma direções diferentes das usuais, e a percepção torna-se bem mais aguçada. Olho as coisas, principalmente a paisagem ao redor com um olhar bem mais curioso do que aquele cotidiano. É uma pena, a vida tornar-se-ia mais interessante se estivéssemos sempre nessa espécie de transe, como se em tudo houvesse novidade, e, se formos pensar bem, sempre há. Em tudo há, pois há mudança o tempo todo, ele, o tempo, é o responsável por isso e até mesmo o chão da nossa casa pode ser visto com um novo olhar a cada minuto. Mas, enfim, é um exercício, algo a se desenvolver com o tempo: Não deixar o olhar se acomodar num conformismo de “já vi tudo”, como se tudo fosse um eterno “dejavi”.

Bom, mas lá estava eu, ao volante, na Dutra, indo para o Rio de Janeiro uma vez mais ( depois de um último intervalo de 5 meses). Sempre achei a paisagem dessa viagem bonita em quase todo o trajeto, mas, dessa vez, fiquei chocada com a feiúra de tudo. Sei que estamos no inverno e que, por aqui, isso corresponde a uma época em que quase não chove, e que tudo fica mesmo mais seco, mas não era só isso.

Muito cimento, muito desmatamento... Montanhas e montanhas com a vegetação queimada, fumaças marrons, brancas, cinzas... dos dois lados... As industrias estão aumentando e, com elas, todos os recursos e belezas naturais estão se acabando. Tanto tem se falado em sustentabilidade, em se respeitar o verde... Mas que nada, na prática o inverso é que continua acontecendo, e está bem aqui, nas nossas fuças. Muita gente queimando lixo na beira da estrada, outras provocando pequenos incêndios jogando seus cigarros ainda acesos pela janela do carro. Isso! Aumentem ainda mais o aquecimento global, e tornem o ar seco mais irrespirável ainda. Dá vergonha de ser gente!

Pra completar, nas praias que fui também notei que o lixo é jogado em qualquer canto, seja areia, água ou restinga, e que as pessoas, continuam cada vez mais consumistas, tornando-se feias e vazias, pois a conexão com a natureza é renegada a cada instante. Queremos da natureza tudo o que ela tem de melhor, mas damos em troca tudo o que temos de pior. É triste... Muito triste.

Também vi coisas bonitas, principalmente nas crianças quando em contato com a natureza, ou com o pouco que resta dela, acho até que fotografei, nem me lembro, vou baixar as fotos ainda.

Temos que resgatar o pouco que sobra da natureza e o pouco que nos resta de pureza. Só não sei se isso ainda é possível.
Acho que vivemos dentro de uma torre de Babel...

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