Hoje assisti um filme, aqui mesmo no conforto da minha casa, filme que loquei em locadora de Tremembé sem grandes pretensões, entre outros igualmente escolhidos quase ao acaso, chama-se "O Outro Lado da Rua", é um filme brasileiro, de 2004, que eu realmente não tinha ainda ouvido falar, mas isso não quer dizer muita coisa, pois, apesar de ter me formado em cinema eu não me considero uma cinéfila de maneira alguma, minha memória para nomes de filmes, diretores e afins é péssima, mas claro que eu gosto de ver e rever bons filmes, enfim... Não vou me deter em contar o enredo, quem quiser é só pesquisar um tiquinho, tá facil. Mas o filme me deixou ligada, interessada e sensivelmente dentro da ação. Claro, imaginei que devia ser um bom filme quando vi quem eram os atores principais: Fernanda Montenegro e Raul Cortez, mas também podia ser uma bomba, como foi o que vi na semana passada no cinema: "Se eu Fosse Você 2", cheio de erros de continuidade, uma história fraquinha que valeu a ida até lá só pela meia dúzia de risadas. Mas o que eu queria dizer com isso, além de indicar para quem ainda não viu, é que me impressiona como um filme de diretor estreante em longas pode ser tão mais cuidadoso com tudo o que envolve o fazer cinema, do roteiro à composição dos enquadramentos, da luz aos figurinos, da música à interpretação dos atores, enfim, tudo seguiu harmônico, por isso me foi tão cativante e tocou fundo mesmo. Já o outro filme, claro, um roteiro de comédia, comercialzão, mas poderia ser pelo menos cuidadoso, o diretor não é um qualquer, um pouquinho mais de profundidade no que se faz puxa vida, é pedir muito? Tanta grana envolvida, tanta gente se mobilizando só para dar meia dúzia de risadas, comer uma pipoca caríssima e sair de sala sem nada acrescentado de beleza na vida, nem um tico de transformação, sinceramente, assim não é sétima arte mesmo, pfff.Valeu mais ver na tela da minha TV modesta um filme que mexeu com vários sentimentos meus: medos, expectativas, amor, poesia, loucura, solidão, mentira, envelhecer, paixão, arrependimentos, alegrias e tristezas, tudo foi tocado e quando é assim, sim. Nos tornamos mais humanos através de algo que, agora sim, podemos chamar de Arte.
Fotos disponibilizadas no site www.adorocinemabrasileiro.com.br
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